Psicologia Hospitalar Centrada na Pessoa – um jeito de ser e cuidar!
Rogers propõe uma visão de ser humano com uma tendência natural a busca pelo desenvolvimento e crescimento, bem como com capacidade de autorregulação. Sua teoria apresenta-nos uma forma de cuidado psicológico através da relação entre psicólogo e paciente, onde o psicólogo precisa desenvolver em si atitudes como a congruência, a empatia e a consideração positiva incondicional pelo ser humano. Através dessas atitudes, o psicólogo cria um ambiente terapêutico e facilitador, estabelecendo uma relação segura e terapêutica.
Ouso afirmar que a ACP é necessária ao contexto hospitalar, visto que vê o ser humano além do diagnóstico que o acompanha, não considerando-o como alguém passivo e submisso, desafiando assim o modelo médico tradicional, e empoderando o paciente como alguém que merece ser escutado, compreendido, respeitado e incluído na construção do seu cuidado.
A ACP se aplica perfeitamente à Psicologia Hospitalar, visto que o atendimento psicológico é centrado na experiência do próprio indivíduo, no momento presente, permitindo a expressão livre de emoções e pensamentos, promovendo a autonomia e o crescimento.
A hospitalização pode impor diversas dificuldades emocionais tanto ao paciente quanto à sua família, afetando o funcionamento psíquico e gerando sofrimento em cada um dos envolvidos. A partir do adoecimento, surgem situações estressantes, de dor, incerteza, preocupação e angústias. O psicólogo hospitalar centrado na pessoa buscará compreender a vivência imediata do indivíduo (seja ele o paciente ou seus familiares), ajudando-o a explorar seus sentimentos e preocupações, para que consiga elaborar sua experiência de adoecimento e hospitalização, ressignificando o momento vivido e auxiliando no enfrentamento.
Além disso, a visão que a ACP propõe sobre o processo saúde-doença-cuidado é alinhado às políticas de humanização vigentes, pois reconhece o paciente como um ser humano íntegro, autônomo, protagonista do seu tratamento e recuperação. Deste modo, defende que as necessidades psicológicas dos pacientes sejam consideradas nas práticas assistenciais de uma forma empática e personalizada por todos os profissionais de saúde, visando seu bem-estar e recuperação plena.
Curiosidade sobre “o jeito de ser” citado no título: à medida que o psicólogo centrado na pessoa desenvolve em si as atitudes facilitadoras, essas são tão profundamente enraizadas à sua personalidade, que passam a compor seu jeito de ser - não apenas profissionalmente, mas também pessoalmente e nos diferentes âmbitos de sua vida.
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